📳 Os jovens místicos… Os recados de Deus
Mas na verdade, na verdade, na verdade (Sim! 3 vezes!) eu não queria que você fosse. Quando disse que não ia, tive um alívio! Não estava "sentindo" de você ir dessa vez!
Coordenadas
Por onde ando nesse mundão?
📍 43°46'01.9"N 11°15'05.4"E
No lugar de “por onde ando nesse mundão?” hoje trocaremos por “onde eu gostaria de estar?” Combinado?
Uma das frases que sempre falo quando visito um lugar diferente e gosto muito é:
E se eu não fosse mais embora e morasse aqui?
Florença é um desses lugares.
Como eu me conheço bem e sei que isso jamais daria certo, deixo a vontade ir embora, afinal, vontade é uma coisa que vem e passa.
🎧 What a Fool Believes
Para ouvir enquanto faz sua leitura
🍕 E falando em Itália …
Caminhava pelas ruas de Florença num final de tarde e ouvi uma música antiga, conhecida, mas não a identifiquei de imediato. Minha vontade era parar naquele restaurante e tomar um vinho ao som da canção que soava tão bem aos meus ouvidos. As almofadas coloridas, a iluminação com pequenas tochas artificiais do lado de fora, um lugarzinho perfeito para refletir. Eu tinha um compromisso no meu último dia na cidade, conhecer o Mercato Centrale Firenze1 e por essa razão não me detive por muito tempo ali. Acionei meu app Shazam2, identifiquei o grupo italiano e desde então, não parei de ouvir a voz de Mario Biondi, nessa e em outras regravações.
Arrisco dizer que essa versão é melhor que a original, que me desculpem os fãs de The Doobie Brothers.
🎓 Vida Acadêmica
Diante de tantos assuntos que a Pós tem me trazido nas últimas semanas, quero compartilhar uma percepção sobre o filme que foi recomendado no curso: O Leitor3.
A complexidade das escolhas, a tensão entre culpa e redenção, me levou a refletir sobre como lidamos com nossas próprias histórias e os legados que deixamos. A coragem em enfrentar as próprias memórias é uma das maiores lições que tirei dessa indicação.
O filme se desenrola em três partes que, juntas, exploram camadas profundas de amor, culpa e segredos. Na primeira, somos apresentados ao jovem Michael, vivido por David Kross, que se envolve em um romance intenso com Hanna, interpretada de maneira brilhante por Kate Winslet. Não é apenas um caso amoroso comum; através das leituras que ele faz para ela, vemos como a intimidade vai além do físico. Hanna parece se nutrir dessas histórias lidas em voz alta, e isso cria uma conexão única e íntima entre os dois.
Na segunda parte, anos se passam, e Michael já é um estudante de Direito. É aqui que a trama dá uma guinada inesperada e dolorosa. Durante um julgamento de crimes de guerra nazistas, Michael se depara com o nome de Hanna no banco dos réus. Ela, que desaparecera de sua vida sem explicação, agora está sendo acusada de crimes cometidos como guarda de um campo de concentração. Essa revelação é devastadora para Michael, mas é o segredo de Hanna, de que ela é analfabeta, que ressoa de maneira ainda mais profunda. De repente, faz sentido o porquê de ter pedido para ele ler em voz alta; isso sempre foi muito mais do que um gesto de carinho. O peso desse segredo, que ela guarda por vergonha, molda o destino do julgamento, revisitando o impacto de suas escolhas.
Na terceira parte, vemos um Michael mais velho, interpretado por Ralph Fiennes, que luta para lidar com as marcas desse relacionamento e o que ele significa dentro do contexto da história de Hanna. As questões de culpa, justiça e perdão se tornam quase insuportáveis para ele, mas é nesse espaço de reflexão que o filme brilha: nada é simples, nem o amor, nem o julgamento, nem a busca por redenção.
O Leitor é um filme que nos faz questionar as fronteiras da moralidade e as cicatrizes invisíveis que a guerra deixa nas pessoas. Kate Winslet tem uma performance tão crua e complexa que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz, e não é difícil entender o porquê. A cada cena, somos lembrados como as decisões humanas são complicadas e, às vezes, elas permanecem conosco por toda a vida.
Fazia tempo que eu não assistia a um filme que me prendesse do início ao fim.
Você já assistiu a esse filme? O que achou?
🧘🏽♀️ Hare Krishna !
Ba-dee-ya, say, do you remember?
Ba-dee-ya, dancin' in September4
O tempo passa… o tempo voa, e a poupança Bamerindus nem existe mais. Mas as memórias de um setembro cheio de desafios continuam reverberando.
🗓️ 2023
O primeiro desafio já começou com um avião derrapando no meio da pista em Mumbai.
Fiz um Diário de Bordo na época, se fizer sentido, vale revisitar. Foram 28 dias de relatos da minha visita, com direito a formação de Yoga, em Rishikesh, no Norte da Índia.
Este é, para mim, um marco pessoal: o início de um processo profundo de desconstrução e, desde então, cada país que visitei entre setembro e dezembro representaram uma parte dessa jornada interna, que me trouxe ao momento em que estou hoje.
Índia com I, de Intensidade
Índia foi o caos.
A intensidade me quebrou em pedaços, mas só assim pude começar a me reconstruir. Eu não me lembro de ter enfrentado tantos perrengues numa viagem só. Acostumada com a rotina em Dubai, precisaria me adaptar a uma nova realidade, desde a umidade do local que fazia mofar tudo o que tinha na minha mala e fora dela - incluindo dinheiro e passaporte, até dormir sendo velada por aranhas e tomar café com macacos. Eu me perguntei várias vezes se eu deveria estar ali. Olhando hoje, dissociada daquela realidade, a resposta é sim. E não. Porque não existe certo e errado. Tenho aprendido muito sobre escolhas, e a despeito de fazermos escolhas consideradas certas ou erradas, somente a partir delas é que teremos o aprendizado necessário para o momento.
Minha cura precisava vir da Índia, e isso, pouquíssimas pessoas que estavam próximas puderam entender e vivenciar comigo.
Cada país, um propósito
Precisava partir. Dubai fazia parte de um passado não muito distante: uma sala de aula por quase quatro anos, recheada de histórias e muitos aprendizados. Mas uma história em especial me trouxe muitos traumas, todos já superados. Deixei parte nas montanhas do Himalaia e outra parte no rio Ganges. Antes de me despedir dos Emirados, precisava dessa cura e entendi que eram necessárias viagens mais longas e curativas. Diferente das viagens para as explorações que eu faço normalmente.
Tailândia foi o realinhamento. Um espaço de ajuste, onde encontrei o equilíbrio e o arquétipo que me acompanharia no próximo ciclo.
Malásia foi a acomodação das emoções. Um lugar onde os fragmentos começaram a fazer sentido. Gravei um vídeo, na época, falando dessa tristeza que eu estava sentindo, falei sobre autorregulação e a obrigação que muitas vezes o mundo nos impõe: ser feliz o tempo todo.
Indonésia foi a bússola. Um novo norte surgiu, e com ele, a direção que precisava seguir. Entendi que eu queria voltar para o simples.
E ao voltar para Dubai, depois de ter encontrado a cura, atravessei um portal para uma nova fase, com a sabedoria acumulada ao longo daquele caminho.
🪷 Primavere-se!
Eu cheguei na Índia um pouquinho antes do início do Outono - Hemisfério Norte. Estação para permitir que as folhas se desprendam da árvore, era momento de “deixar ir”.
Agora, um ano depois, aqui no Hemisfério Sul, estou pronta para florescer numa vida tão diferente de um ano atrás, mas que foi fundamental para me trazer de volta para casa. Os opostos se complementam e trazem equilíbrio. A natureza nos mostra seus sinais, e de estação em estação eu vou calibrando meu interior.
Agora é hora de florescer!
E a jovem mística do início da edição?
Bem… como falei na semana passada, escreveria o próximo texto - também conhecido como edição #109 - de um novo destino. Mas parecia que eu já sabia que não iria, afinal, terminei o texto com: “será?”. Confesso que não foi intencional.
Estou num setembro bem virginiano, como tem que ser: colocando a casa em ordem. Isso inclui uma reforma e acabei me enrolando com o pedreiro. Não no sentido literal.
Do nada, me deu uns cinco minutos e decidi que não ia mais, três dias antes da viagem.
Ao longo da semana, recebi um áudio da minha mãe dizendo que estava aliviada que eu não tinha ido. Ela é uma mulher muito intuitiva e sempre digo: se sentiu é porque faz sentido.
No final das contas, também respirei aliviada depois de escutar o áudio porque mesmo ouvindo minha intuição, às vezes acredito que são “as vozes da minha cabeça” e me acho meio doida.
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Camadas
O texto de hoje tem várias camadas. Escrito entre entulhos, poeiras e histórias antigas revividas nas fotos que não sei se quero guardar. Inventários, documentos e sonhos que nunca se realizarão, porque quem sonhou nem está mais nessa existência.
Depois de seis anos viajando, voltei para encarar a vida que existia antes de sair para explorar o mundo. Fácil não é, mas, é necessário.
É final de estação e, no meu caso, final de ciclo. Estou aqui, desejando ser Lygia:
"Ah, se eu pudesse me arrumar por dentro, tudo calminho nas gavetas." Lygia Fagundes Telles
Eu te vejo na semana que vem, com menos entulhos e mais gavetas arrumadas.
É “o lugar” da gastronomia toscana. Perfeito para conhecer queijos, vinhos e para comprar quitutes, degustar o que Florença oferece de melhor do seu “street food”.
Aplicativo de identificação de músicas, filmes, publicidade e programas de televisão. Se eu não tiver espaço no celular, apago qualquer coisa, menos esse app.
Lançado em 2008, é um drama dirigido por Stephen Daldry, baseado no romance homônimo de Bernhard Schlink. A história se passa na Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial e gira em torno da relação complexa entre Michael Berg, um jovem adolescente, e Hanna Schmitz, uma mulher mais velha que ele conhece por acaso.
Música September, de Earth, Wind and Fire.
Adoro o Leitor, mas já vi há muito tempo. Essa news me deixou com vontade de rever.
florença é um lugarzinho tão maravilhoso, né? deixa mesmo essa sensação fugaz de que seria feliz vivendo por lá (embora acho que caísse no tédio depois de duas semanas).