🎥 O Amor está no Ar
Seduza-me!
Nunca imaginei que um aroma pudesse me conquistar. Não era qualquer um, mas o aroma sedutor de um molho de tomate fresco e queijo derretido. No coração de um restaurante charmoso, uma lasanha de berinjela foi a protagonista de um romance culinário. Suas camadas sensualmente dispostas, cada uma trazendo uma promessa de prazer que só a cozinha italiana poderia proporcionar no dia de San Valentin.
Buonasera! — Sussurra a lasanha com um tom suave e sedutor — Eu sou o segredo mais bem guardado de Nápoles, pronta para despertar todos os seus sentidos.
Ela se apresenta com a confiança de uma delícia mediterrânea. Cada camada de berinjela coberta por um molho de tomate apaixonado e um queijo que derrete lentamente e me provocava suspiros. No topo, uma folha de manjericão repousa como o toque final de um amante atencioso.
Deixe-me encantar você com meu sabor — Continua a lasanha, sua voz agora quase um murmúrio.
Pegue aquele pedaço de pão, mergulhe no molho e sinta a nossa conexão se aprofundar. Eu sou mais do que uma refeição, sou uma experiência, um momento para se saborear.
Confesso que mergulhar o pão naquele molho, ali, em público, me deixava um tanto desconfortável. Afinal, a culinária tem muitas especificidades dependendo do local onde é preparada e servida. Mas eu me arrisquei.
Enquanto eu me entregava em cada garfada e mergulhada do pão italiano no molho, a lasanha de berinjela, com uma piscadela travessa, concluía:
Em Nápoles, o amor está no ar, e esta noite, ele está aqui, nesta mesa. Permita-me ser o seu encontro perfeito, e juntos criaremos memórias tão ricas e profundas quanto o meu sabor.
🎧 La Mia Storia Tra Le Dita
Para ouvir enquanto faz sua leitura
A música que combina perfeitamente com essa lasanha.
Coordenadas
Por onde ando nesse mundão?
📍 23°37'14.8"S 45°24'19.0"W
Escrevo da cidade apelidada carinhosamente como a “Princesinha do Litoral Norte”. Seu nome vem do tupi-guarani, significando "lugar de muitas caraguatás”, uma planta bromélia comum na região. Era habitada por nativos, os indígenas Tamoios e Guaianás antes da colonização portuguesa.
A Vida Imita a Arte
Há um tempo recebi um vídeo engraçado de uma amiga querida. Era o Paulo Gustavo em uma de suas personagens, falando que Julia Roberts poderia ter vivido tudo o que viveu no filme “Comer, Rezar, Amar”, em Salvador. Eu ri do vídeo, concordei e imagino que exista alguém com alguma história dessas para contar.
Falando da escritora que inspirou o filme, Elizabeth Gilbert, encontrei o encanto de "Comer, Rezar e Amar" nesses três lugares diferentes: Itália, Índia e Indonésia. Sim, mesmo vivendo uma história mais aleatória, passei pelos três países que começam com a letra "I", porém vivi coisas muito distintas. Principalmente em relação ao amor; mas olhando por outro ângulo, Elizabeth poderia ter economizado bastante tempo (e milhas aéreas) se fizesse tudo isso na Itália!
Acompanhe meu raciocínio: ela poderia ter comido até não aguentar mais, a deliciosa comida italiana que está à disposição. Se bem que, do meu ponto de vista, ela fez isso muito bem. Das pizzas de Nápoles aos gelatos de Roma, a Itália é esse paraíso gastronômico.
Ela tinha várias opções para suas orações em qualquer uma das magníficas catedrais espalhadas pelo país: da Basílica de São Pedro, no Vaticano a Duomo de Milão.
E para amar, uma variedade de belos italianos em qualquer esquina! Eles são conhecidos por serem apaixonados e calorosos.
Ma quanto è bello!
Quando desejar uma experiência gastronômica, espiritual e romântica, lembre-se: tudo o que precisamos está mais próximo do que imaginamos. E Itália é o lugar onde podemos comer, rezar e amar, em um só destino.
Em breve retorno para a Itália, talvez meu amor esteja por lá, me procurando, enquanto me distraio tendo relacionamentos sérios com lasanhas, pizzas e tiramisus.
Deixa Acontecer Naturalmente
Viajar é ter essa oportunidade de descobrir diferentes sabores, crenças e paixões ao redor do mundo. Mas, às vezes, o que procuramos pode estar concentrado num lugar só. Independente da posição geográfica, o essencial é estar aberto às experiências e deixar que cada momento nos transforme.
Então, ao invés de buscar três destinos diferentes, ou mais, que tal explorarmos a fundo apenas um? Talvez possamos descobrir que o "Comer, Rezar e Amar" está mais acessível do que imaginamos, sem que precisemos embarcar numa viagem internacional, inclusive; o que importa é a jornada interior que cada viagem nos proporciona.
Os comentários continuam gratuitos.
Itália, Índia & Indonésia
Como uma viajante entre “quase amadora” e "profissional de aleatoriedade", garanto que encontro todo tipo de gente nos meus destinos. Dificilmente estou sozinha em algum país. E sim, eu tive uma vontade imensa de falar sobre esses três destinos da Liz, nesse tom de amiga íntima, mas o texto acabou tomando outro rumo, e vou deixar assim mesmo. Leitura leve e de entretenimento; nem sempre queremos fazer reflexões profundas sobre algum assunto.
Eu tenho um Diário de Bordo de trinta dias em minha formação de Yoga na Índia; um texto sobre meu último mochilão na Itália e outro sobre as crises existenciais que tive em Bali. Podemos começar por aí. Nesses destinos, não amei ninguém além de mim mesma.
Tipos de Viajantes
Voltando a falar das pessoas que encontro nos meus destinos, e antes que eu me perca na escrita, apresento aqui alguns perfis viajantes:
Fujão - Aquele que acredita que viajando vai conseguir fugir dos problemas ou das questões da vida.
Blogueragi1 - Esse perfil traz uma lista dos lugares para fotos instagramáveis e posta tudo nas redes sociais.
Aleatoriedades - Do qual faço parte vez ou outra. Sabe aquelas pessoas que saem sem roteiro? Essas.
Discípulas de Liz Gilbert - Fazem parte daquele grupo que viaja com um propósito. Ou três.
Turista - Aquele que gosta de dar check nos pontos turísticos e colecionar bandeirinhas (ou ímãs de geladeira) dos países que já visitou.
Explorador - Conhece cada cantinho inexplorado, cada museu, ruína, enfim. Geralmente caminham uns vinte quilômetros por dia.
E evidente que há um perfil específico que é um misto de tudo isso.
Não há maneira certa ou errada de viajar e, por experiência própria, após seis anos ininterruptos viajando por quatro continentes, garanto que não dá para permanecer no mesmo grupo por muito tempo. Uma hora você quer turistar, outra hora comer, há dias que quer apenas descansar, e tem sim os dias de Glória Maria - quem nunca?
Mudando de Assunto
“Como melhorar a memória” com o neurocientista que tem um quê de Tom Cruise, Fernando Gomes.
Neologismo que criei para descrever aqueles viajantes que buscam os lugares mais fotogênicos para postar nas redes sociais, combinando "blogueiro" com "Instagram".
Essa conversa com a lasanha de berinjela tá boa demais!
eu fico na linha explorador. antes de viajar, gosto de montar um mapa com inúmeras opções do que fazer, ver e comer em cada cidade. aí, chegando lá, eu decido na hora o que fazer, dependendo do humor do dia. mas é bem frequente que termine o dia exausto por ter andado pelo menos uns dez quilômetros (a menos que seja uma cidade de praia).