#104 Café, coffee, kahawa
Peregrinações em torno dos pretinhos pelo mundo e um rolê aleatório.
O Rolê
Você pode escolher onde quer ir.
Qualquer lugar?
Sim! Qualquer lugar.
Confesso que já tinha uma justificativa pronta, caso ela quisesse ir à Disney, mas não precisei usar.
Quero andar de VLT.
E explicou no modo geminiana de 5 anos o porquê de querer andar no transporte público da cidade.
Graças a esse desejo, a mini querida ganhou o rolê mais temido das crianças: “um passeio de velho”.
Mas posso garantir, ela adorou e não fala de outra coisa quando me vê. Eu juro!
Coordenadas
Por onde ando nesse mundão?
📍 23°55'57.0"S 46°19'48.6"W

💯Top 100
Alguns dias atrás, escrevi sobre os meus top 100, e fiz isso por categoria. Dentre eles, eu tinha top 10 cafés pelo mundo. Hoje eu vou falar um pouquinho sobre isso e deixar a lista registrada por aqui.
Top 10 - Cafés & Cafeterias
Java House, Nepal
Bolsa do Café, Santos, Brasil
Java House, Nairobi, Quênia
Addis Abeba, Etiópia
Kiambu, Quênia
Manukaya, Bali, Indonésia
The Hamptons Cafe, Jumeirah Island, Dubai
The Eagle Pub, Cambridge, Inglaterra
Starbucks Reserva, JBR, Dubai
Costa Coffee, Madinat Jumeirah, Dubai
As quatro últimas, são cafeterias incríveis, mas com cafés “nada demais”.
🎧 Cup of Coffee
Para ouvir enquanto faz sua leitura
É uma música triste que fala de alguém no leito de morte, mas tem uma melodia gostosa.
📋Texto Fura-Fila
Como eu já falei por aqui, os meus textos escolhem ser escritos. Então, não tem uma ordem, uma programação. Tenho vários rascunhos, vou escrevendo e publicando conforme vão se apresentando.
Esse aqui furou a fila porque fui levar a minha sobrinha para passear. Ela queria ir no VLT aqui na minha cidade e decidimos andar de bonde, algo um pouquinho diferente, mais turístico. Aproveitamos para passear pelo Centro Histórico de Santos e visitar o Museu do Café.
E como estou falando do pretinho básico, quero aproveitar para contar sobre o dia em que, involuntariamente, fiz uma fazenda de café abrir em uma cidade perto de Nairobi, a capital do Quênia.
Pedi ao guia para fazer coisas diferentes, e não apenas visitas turísticas que envolvesse entretenimento com animais, principalmente presos.
A Fazenda
Durante minha estadia em Nairobi, o guia me levou para passear pelo centro da cidade a pé, onde observei a diferença entre os bairros mais chiques e os mais simples, algo muito parecido com o que vemos no Brasil. No domingo, após termos feito todos os passeios propostos, ainda tínhamos um dia ou dois livres. Ele mencionou que me mostraria um lugar diferente no penúltimo dia.
Passeamos pelo centro e, após algumas ligações, ele parou a van e me disse que íamos a um lugar especial. Chegamos a uma fazenda de plantação de café do tipo arábica que é originário das regiões montanhosas da Etiópia, na África, e foi uma das primeiras espécies de café a ser cultivada. Valorizado pela alta qualidade e complexidade de sabores é a escolha preferida para cafés especiais. Embora exija condições específicas de cultivo, seu sabor e aroma únicos fazem dele um dos cafés mais apreciados em todo o mundo.
Como a fazenda estava fechada, o guia fez algumas ligações em Swahili1, explicando que eu tinha vindo de Dubai para uma visita. Após 20-25 minutos, uma jovem chegou, visivelmente irritada, seu nome é Poline e se apresentou como especialista em café.
Explicou que, após o tour, normalmente serviam diferentes tipos da bebida com bolo, mas naquele dia não seria possível, pois todos estavam de folga. Além de especialista era cerimonialista para casamentos em seus dias de folga.
Começou o tour de forma mal-humorada, me deixando sem entender o porquê daquele tratamento seco. Conforme o tour avançava, conversei com ela e descobri que seu descontentamento se devia ao fato de ter tido sua folga interrompida para me atender. Estava se preparando para um casamento indiano, daqueles que duram dias e foi chamada para trabalhar no domingo, atrapalhando seus planos. Pedi desculpas, explicando que eu não sabia que ela estava de folga e que não tinha sido eu quem pediu para abrir a fazenda. Ao entender isso, a jovem começou a me tratar de forma bem mais amigável e me disse, novamente, que não poderia servir os diferentes tipos da bebida para degustação, mas dessa vez, me ofereceria café em grãos e em pó. Eu trouxe para meu sobrinho no Brasil.
Depois desse episódio, nossa interação melhorou muito. Ela ficou super amigável, tiramos fotos juntas e, mais tarde, assisti de longe toda a preparação para um casamento indiano que acontecia numa fazenda ao lado. Foi uma cerimônia repleta de luxo, diversão e cor que duraria semana inteira. Respeitei a privacidade da família e dos noivos, não fazendo registros, mas fiquei um bom tempo observando a bela cerimônia a convite de Poline, que agora era minha amiga queniana.
No final deu tudo certo, o tour foi incrível e a Poline foi um amor mas, se eu entendesse swahili, teria pedido para o guia remarcar o passeio para outro dia, porque uma convocação surpresa em pleno domingo de manhã ninguém merece.
Comentários grátis. Sempre serão.
☕️ E por falar em café…
Santos, cidade portuária no litoral de São Paulo, desempenhou um papel crucial na história do Brasil, especialmente no que diz respeito ao comércio do café. Como boa apreciadora da bebida e com coração santista, quero explorar a importância histórica de Santos, a Bolsa do Café, seu impacto, e o Museu do Café, que hoje opera no mesmo local onde ficava a antiga Bolsa do Café.
Santos
É um dos maiores portos da América Latina e tem uma ligação profunda com o comércio de café, o principal motor da economia brasileira do século XIX até o início do século XX. A cidade tornou-se o principal ponto de exportação, conectando as plantações do interior do estado de São Paulo e de Minas Gerais ao mercado internacional.
A ascensão de Santos como um importante centro comercial está intimamente ligada ao crescimento da cultura do grão. As terras férteis do interior paulista eram ideais para o cultivo, e a proximidade de Santos ao interior do estado fez com que o porto da cidade se tornasse o principal ponto de escoamento no Brasil. Esse ciclo econômico levou à construção de infraestruturas, como ferrovias, que conectavam as fazendas de café ao porto, facilitando o transporte e a exportação.
A Bolsa Oficial de Café
A Bolsa Oficial de Café de Santos era o principal centro de negociação do café no Brasil. Ela foi criada para organizar e regulamentar o comércio do grão, que até então era feito de maneira desordenada e sem critérios uniformes.
Durante o auge do ciclo do café, o Brasil era o maior produtor e exportador mundial, respondendo por 70% do mercado global. A Bolsa de Santos desempenhava um papel vital e tinha um impacto direto nos mercados internacionais.
O edifício da Bolsa é um marco arquitetônico de Santos, construído em um estilo eclético, com elementos neoclássicos e art déco, que refletem o poder e a riqueza gerados pelo comércio do café na época.
Impacto Econômico
A riqueza gerada financiou a urbanização e o desenvolvimento de várias cidades, incluindo São Paulo e Santos. Também deu origem a uma elite cafeeira, que exerceu grande influência sobre as decisões políticas e econômicas do país. Essa elite foi uma força dominante durante a República Velha (1889-1930), período conhecido como a "política do café com leite", em que os estados de São Paulo e Minas Gerais, principais produtores de café e leite, alternavam o poder na presidência da República.
O Museu
Hoje, o edifício que abrigava a Bolsa do Café é o Museu do Café, um dos principais pontos turísticos de Santos. Inaugurado em 1998, o museu preserva e celebra a história do café no Brasil, desde as plantações até sua importância na economia global.
O museu conta com exposições permanentes e temporárias que abordam a história do café, seu cultivo, exportação e o papel de Santos no comércio internacional do grão. Uma das atrações mais conhecidas do museu é a sala de pregões, onde antigamente se negociavam os preços do café. Essa sala foi restaurada para refletir como era no auge da Bolsa do Café.
Além das exposições, o Museu do Café também oferece uma experiência sensorial, com a possibilidade de degustação de cafés especiais na cafeteria do local, que serve variedades de café cultivadas em diferentes regiões do Brasil.


Cheirinho do Pretinho
A antiga Bolsa Oficial de Café, agora transformada no Museu do Café, mantém viva a memória de um dos períodos mais prósperos do Brasil, proporcionando aos visitantes uma imersão na história e na cultura. Trabalhei por 14 anos na rua da Bolsa e todas os dias pela manhã eu sentia o cheirinho de café sendo torrado e moído. Uma delícia.
Sou uma santista de coração orgulhoso que viaja o mundo inteiro, mas volta para tomar o bom e velho pretinho por aqui.
A mini querida e seu primeiro rolê aleatório


Eu viajo o mundo colecionando experiências, aumentando meu repertório e descobrindo que há “um mundo inteiro dentro do meu quintal”, já diziam os Backyardigans2.
Uma das línguas oficiais do Quênia.
Série de animação infantil musical, criada por Janice Burgess que foi escrita e gravada no Nickelodeon Animation Studio. Ela gira em torno de cinco vizinhos que imaginam aventuras fantásticas no quintal.
cadê me ganha muito. o museu já está anotado na minha lista de lugares para conhecer.