🎓 Coisas de orgulhar a mãe da gente
Aceita comprovante de matrícula? Não tenho a carteirinha de estudante ainda.
Sim! Você pode imprimir e mostrar na bilheteria, caso eles peçam.
Não pediram, infelizmente. Confesso que gostaria muito de gritar pro mundo:
Gente, olha aqui meu comprovante de matrícula! Estou fazendo pós-graduação!
Para uma 50+ é um feito, acreditem! Em breve, foto da carteirinha de estudante porque não sou obrigada a esconder uma coisa dessas. Minha mãe vai ficar orgulhosa.
Coordenadas
Por onde ando nesse mundão?
📍 23°59'28.4"S 46°18'14.6"W
Eu acreditava que essa edição sairia do meu próximo destino, errei feio, errei rude. Permaneço na cidade com uma das melhores qualidades de vida do estado, aproveitando ao máximo tudo o que ela oferece. Semana que vem: novo destino. Será?
🎧 Finally
Para ouvir enquanto faz sua leitura
Eu tive vontade de sair dançando no último domingo. Sabe quando você ignora a existência de uma música que não ouve há muito tempo? Pois é… Agradeço à Priscilla, a Rainha do Deserto. Arrasou!
Ensaios da Mentora
Há duas semanas facilitei mais uma oficina da Escola da Coragem. Um encontro bem intimista, com algumas reflexões e uma ferramenta para repensar nossos valores pessoais.
O que é inegociável para nós? Se eu tiver que escolher sobre algo, o que vai pesar mais nessa escolha? Como a Neurociência explica nossa tomada de decisão?
A primeira vez que falei sobre o impacto negativo que os valores podem exercer sobre as pessoas e Eureka! Não posso dizer em nome das participantes, mas, me descobri sob esse impacto de valores tão enraizados que não percebia. Ponto para minha terapeuta.
Foram dias de luta e dias de glória.
Agora já passou. Pero no mucho.
Segue uma lista com quatro exemplos de valores que podem ter um impacto negativo em nossa jornada:
Perfeccionismo
Controle
Lealdade (inquestionável)
Status & Aparência
Tomara que você faça uma reflexão sobre isso. Mas não é obrigatório.
Ensaios da Aluna
Eu amo “voltar às aulas”. Ter a oportunidade de comprar material, canetinhas, post its coloridos, cadernos.
Não, péra!
Desta vez não teve essa parte. Eu me surpreendi, porque não comprei nada para esse momento triunfal. Talvez porque eu tenha mais do que o suficiente para o momento? Fico com essa reflexão.
…
Estar em sala de aula é uma oportunidade que gosto de desfrutar, porque faz parte da minha missão de vida. Sei que esta expressão virou muito clichê na era dos coaches, mas gosto da perspectiva de ter vindo fazer algo nesse mundo. E eu vim para aprender! Todos viemos, mas como professora, mentora, escritora, eu penso que aprendo para ensinar, compartilhar, escrever.
Por esse motivo, vivo por aí, feito exploradora de mundos porque o aprendizado é minha utopia e como diz Galeano:
“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” Eduardo Galeano
A utopia do mês é o estudo sobre a Psicologia Positiva e a Inteligência Emocional. Sigo caminhando.
Ensaios da Espectadora, a militante
“At first I was afraid, I was petrified”
Foi a primeira vez em muitos anos que reivindiquei minha “meia-entrada” no teatro. Eu tinha um dos melhores lugares no imenso teatro Bradesco, no Shopping Bourbon e, precisava desfrutar desse privilégio. Subi a serra com um casal de amigos culturais que há mais de 15 anos também foram parceiros, no mesmo Bat local, assistindo ao mesmo Bat espetáculo, mas sem o protagonismo de Reynaldo Gianecchini.
A primeira versão do espetáculo, como diriam os antigos:
Me lembro como se fosse hoje!
Eu fiquei encantada com a sonoplastia, tudo ao vivo, no gogó. Nunca fui da elite cultural e os espetáculos eram fascinantes para mim, principalmente musicais. Vale lembrar que é muito chique ir ao teatro.
Ir ao teatro em São Paulo.
Em São Paulo e pagar meia-entrada.
Meia entrada porque você é pós-graduanda.
Pós-graduanda que veio do gueto.
Eu sabia que ficaria insuportável. Ahahah.
Dessa vez, mais de uma década e meia depois, a Andrea um pouco mais letrada nas questões de gênero, raça e classe, assistiu ao espetáculo imaginando quantas camadas haviam ali. Quanto preconceito, discriminação, racismo, desigualdades e invisibilidade os artistas passam diariamente? E se for artista gay? Se for travesti? Drag Queen?
Quando entendemos as questões da interseccionalidade1 não há como assistir a um espetáculo como esse e não repensar tantas questões, ainda que sejam muito diferentes da nossa realidade. Da minha, pelo menos.
Eu chorei com alguns depoimentos no final. Pode até ter sido por causa da perimenopausa, mas eu estava emocionada sim.
Priscilla, a Rainha do Deserto, o musical da Broadway, com o Reynaldo Gianecchini.
Um cadim do final do espetáculo, quando já estava liberado para gravar. E um recado que a canção traz para realidade de tantos invisibilizados pela sociedade:
I will survive!
E falando em sobreviver…
Ensaios da Escritora
Hoje foi dia de encontro com a autora, e o livro do mês, vencedor do prêmio Kindle 2021: A Filha Primitiva, de Vanessa Passos.
Vanessa é cirúrgica e lúcida. O livro, um desbunde.
Eu tenho medo de escrever assim, mas confesso que quando finjo coragem, dá uma coceira nos dedos. Livros como os últimos que mencionei por aqui, em outras edições, me instigam, mas depois eu me aquieto. No tempo certo ousarei, afinal, não é possível calar a narrativa que preenche tantas lacunas na vida. Essas lacunas precisam da arte, da escrita.
Vanessa é uma dessas vozes necessárias. O livro fala com tanta coragem sobre a dessacralização da maternidade, quebrando silêncios que fomentam violências, e como ela mesma disse:
O silêncio não protege ninguém.
Audaciosa, garante que tudo está a serviço da ficção. Diz que escrever, publicar e divulgar - verbos que ela conjuga com maestria - é ter voz.
Eu não me lembro de ter lido algum livro em que as personagens não tinham nome. Esse foi o primeiro e ela explica:
É sobre invisibilidade. Silenciamento.
Eu senti doer três gerações lendo essa obra atrevida. Mas sei que assim como a dor das minhas ancestrais, ela vem de muito antes.
Enquanto escrevo essa edição
Aguardo o bate-papo As Engrenagens do Romance, com Matheus Souza, do Clube Passageiro e a premiada Carol Bensimon, do Nevoeiro - ambos escrevem Newsletters aqui no Substack.
Hoje foi dia de muito repertório.
Não repara a Bagunça
Mais uma edição sem revisão por falta de tempo e para não ter compromisso com o perfeccionismo.
Conceito que analisa como fatores sociais, como gênero, raça e classe, se interagem e impactam a identidade de uma pessoa e sua relação com a sociedade. Ela permite entender como o racismo, o patriarcado, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas. É importante para compreender as diferentes nuances de vivências e formas de valorização das diversas origens e histórias.
Só não faço mais cursos porque o bolso não dá conta. Mas adoro.
gosto dessa sensação de voltar à sala de aula também, saber que tem tanta coisa ainda por aprender…